sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Adeus Ano Velho!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Tão fácil te querer 2009


Tão fácil te querer 2009!
Vou te abraçar de verdade 2009!!!

Não, eu não lamento nada!


Gosto muito de ouvir Edith Piaf, e principalmente de "Non, je ne regrette rien".

Em sua biografia, fica bem definido o papel desta música na vida da cantora. Piaf a recebe de presente e ao ouvir os primeiros acordes diz: "Este é o hino da minha vida". Isto é minha vida. EU NÃO LAMENTO NADA, TUDO ISSO SOU EU MESMO.


Que alma grandiosa, saber entoar uma canção como essa depois de tudo que passou. Fiquei com esse ensinamento e inspiração de vida e obra de Edith Piaf. Caminhei por Montmartre, orgulhosa de saber que por ali, Piaf também entoou seus cantos nos becos, esquinas e bares. Sofreu, viveu, amou e cantou a dor da alma.

Quando preciso fazer um balanço de minha vida, reprogramar meus projetos e agradecer bençãos recebidas, esta música de Piaf me conforta. Valeu, tinha que ser assim!

Vem chegando um ano novinho em folha e vou me despedindo de 365 dias vividos com alegrias, surpresas, dores, decepções, bons e maus momentos. Resgato a frase de Piaf e repito: Eu não lamento nada, nem o bem o mal, tudo isso sou eu mesmo.

Feliz Ano Novo e desejo a vocês: La Vie En Rose!

Non, Je Ne Regrette Rien
Edith Piaf



Non! Rien de rien,
Non! Je ne regrette rien.
Ni le bien, qu'on m'a fait,
Ni le mal, tout ça m'est bien égal!

Não, nada de nada...
Não! Eu não lamento nada...
Está pago, varrido, esquecido
Não me importa o passado!

Non! Rien de rien,

Non! Je ne regrette rien
Ni le bien, qu'on m'a fait,
Ni le mal, tout ça m'est bien égal!

 
Não! Nada de nada.
Não! Não lamento nada.
Nem o bem que me fizeram
Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Não! Nada de nada.
Não! Eu não lamento nada.
Nem o bem que me fizeram

Nem o mal - isso tudo me é igual!

Não, nada de nada.


Não! Eu não lamento nada.

Está pago, varrido, esquecido

Não me importa o passado!
Com minhas lembranças


Acendi o fogo

Minhas mágoas, meus prazeres

Não preciso mais deles!

Varridos os amores
E todos os seus tremores

Varridos para sempre

Recomeço do zero.



Não! Nada de nada.

Não! Não lamento nada.

Nem o bem que me fizeram

Nem o mal, isso tudo me é bem igual!

Não! Nada de nada.

Não! Não lamento nada.

Pois, minha vida, pois, minhas alegrias

Hoje, começam com você!








sábado, 13 de dezembro de 2008

Cenas de filmes

Grandes obras da escritora inglesa Jane Austen foram adaptadas para o cinema: Razão e Sensibilidade, Orgulho e Preconceito, A casa do Lago.
No filme " A casa do lago" tem uma cena linda. Sandra Bullock e Keanu Reeves dançam de improviso a música "This never happened before " de Paul McCartney.
A música é linda, a cena emociona!
Quem não assistiu, vale a pena!
Acessem o clip no link abaixo:

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Sobre o Amor

"A mais terrível pobreza é a solidão e o sentimento de não ser amado".

"Se você julga as pessoas não tem tempo de amá-las".


"Tenha fé nas pequenas coisas, pois são nelas que sua força reside".


Madre Teresa de Calcutá

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Culpa Zero

Dezembro chegou e 2009 vem pintando por aí! Fico aqui pensando nas cores que vou colocar nessa aquarela.
Reviro meus pensamentos e faço projetos.

Na semana passada começei a me preparar prá despedida de 2008.

Geralmente faço meu ritual de passagem no dia 31/12. Faço minhas preces, agradeço e me preparo com alegria e coragem prá receber de peito aberto o Ano Novo.


Já possuo várias anotações , cada uma numa folha em separado:

- Coisas que me fizeram feliz em 2008. A lista está enorme. A todo momento me lembro de algo, vou lá e boto no papel.Foram tantas emoções! E 2008 ainda tá no ar! Algumas estarão num álbum de fotos que estou montando.

- Acontecimentos que me deixarem triste em 2008. "Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi!"

- Projetos para 2009. Com direito a dar vexames de amor, pagar mico, etc....
Quando eu estiver com tudo pronto, prometo publicar alguns tópicos.
O texto abaixo veio a calhar. Recebi hoje, da minha filha Fernanda. Viajem...


"Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.


Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido as refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe a noite, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, estudo, levo o carro no mecânico, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão, levo o cachorro passear e ainda faço escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.


Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.

Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.

Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.


Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.

Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.


É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar... curtir os filhos.. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir. Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.


A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si. Mulher é mulher, não pode parecer um homem!


Se o trabalho é um pedaço de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher independente, fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.


Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante ".


Martha Medeiros - Jornalista e escritora

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Shirley Valentine


A alguns anos atrás assisti ao filme "Shirley Valentine" e logo depois a Betty Faria estreou interpretando esta corajosa e divina mulher.
Que vontade de ter a coragem dela. Largar tudo e fugir prá Grécia, sem lenço, sem documento, just for fun.
Dicas de filmes: Zorba, o grego com Anthony Quinn e Shirley Valentine com Pauline Collins.
Boas dicas de filmes!

domingo, 23 de novembro de 2008

Sabedoria chinesa

"É preciso saber:
Avançar sem invadir,
conquistar sem dominar,
retroceder sem fugir".

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Last Tango in Paris

Quero divulgar aqui um vídeo que reúne os arranjos fantásticos do Gotan Project.

Tudo de bom: Gotan Project, Tango e Paris!!!

"O último Tango em Paris" na versão Gotan, sem comentários...


Acessem o link, vejam, ouçam e viajem no tempo:


http://www.youtube.com/watch?v=Vl214Pq2OfU&feature=related

...

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Eu me rendi

“Renda-se como eu me rendi.
Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei.
Não se preocupe em “entender”,
Viver ultrapassa todo entendimento”
Clarice Lispector


 Titãs - É preciso saber viver

domingo, 9 de novembro de 2008

Fernão Capelo Gaivota




"Tens a liberdade de ser você mesmo, verdadeiramente você, aqui e agora e não existe nada que possa impedir"

"Não acredite no que os teus olhos te dizem, tudo o que eles mostram é limitação. Olhe com o entendimento, descubra o que já sabes, e verás como voar!"
(Richard Bach, do livro Fernão Capelo Gaivota)

"Somos assim. Sonhamos o vôo, mas tememos as alturas. Para voar, é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio. Porque é só no vazio que o vôo acontece. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Mas é isto que tememos: o não ter certezas. Por isso trocamos o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram."

(Rubem Alves, O infinito na palma da sua mão)

Recomendo o livro e filme Fernão Capelo Gaivota,  você vai vivenciar :Amor, alegria, coragem, comunhão com Deus, liberdade, segurança, vontade e conexão com tudo e todos.

Veja alguns trechos:  "Fernão Capelo Gaivota": Be





quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Querer


"... Dias inteiros de calmaria, noites de ardentia, dedos no leme e olhos no horizonte, descobri a alegria de transformar distâncias em tempo.

Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o mau tempo.
A transformar o medo em respeito, o respeito em confiança.

Descobri como é bom chegar quando se tem paciência.

E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada querer."

Amyr Klink

domingo, 2 de novembro de 2008

O vôo



(Imagem: Pôr-do-sol Maceió)


"Goza a euforia do vôo do anjo perdido em ti.
Não indagues se nossas estradas, tempo e vento desabam no abismo.
Que sabes tu do fim ?
Se temes que teu mistério seja uma noite, enche-a de estrelas.
Conserva a ilusão de que teu vôo te leva sempre para o mais alto, no deslumbramento da ascensão.
Se pressentires que amanhã estarás mudo, esgota, como um pássaro, as canções que tem na garganta.
Canta, canta para conversar uma ilusão de festa e de vitória.
Talvez as canções adormeçam as feras que esperam devorar o pássaro.
Desde que nasceste, não és mais do que um vôo no tempo.
Rumo do céu?
Que importa a rota?
Voa e canta, enquanto resistirem as asas.


Menotti Del Picchia






domingo, 26 de outubro de 2008

Esse caminho tem coração?

(Imagens - Oxford - Inglaterra)


Tudo é um entre milhões de caminhos (um camiño entre cantidades de camiños).
Portanto, você deve ter em mente que um caminho não é mais do que um caminho;
se achar que não deve segui-lo, não deve permanecer nele, sob nenhuma circunstância.

Para ter uma clareza dessas, é preciso ter uma vida disciplinada.
Só então você saberá que qualquer caminho não passa de um caminho, e não há afronta, para você nem para os outros, em largá-lo, se é isso o que o seu coração lhe manda fazer.
Mas sua decisão de continuar no caminho ou largá-lo deve ser isenta de medo e ambição.
Eu lhe aviso: olhe bem para cada caminho, e com propósito.
Experimente-o tantas vezes quanto achar necessário. Depois, pergunte-se, e só a si, uma coisa. Essa pergunta é uma que só os muito velhos fazem. Meu benfeitor certa vez me contou a respeito, quando eu era jovem, e meu sangue era forte demais para poder entendê-la. Agora eu a entendo.
Dir-lhe-ei qual é: esse caminho tem coração?
Todos os caminhos são os mesmos: não conduzem a lugar algum. São caminhos que atravessam o mato ou que entram no mato. Em minha vida, posso dizer que já passei por caminhos compridos, compridos, mas não estou em lugar algum. A pergunta de meu benfeitor agora tem significado: Esse caminho tem coração?
Se tiver, o caminho é bom; se não tiver, não presta. Ambos os caminhos não conduzem a parte alguma; mas um tem coração e o outro, não. Um torna a viagem alegre: enquanto você o seguir, será um com ele. O outro o fará maldizer sua vida. Um o torna forte; o outro o enfraquece.

(Carlos Castañeda – A erva do diabo)

"Um homem caminhava por uma estrada larga e tranquila sem muito movimento, sem surpresas e aparentemente segura.
Tudo estava no seu lugar, como de costume.

Caminhava e caminhava,
até que avistou uma trilha
que se abria à margem, entre as árvores.
Ele que já tinha avistado outras trilhas,
umas estreitas, outras suspeitas
e outras escuras de dar medo,
subitamente,
sem pensar a respeito,
embrenhou-se nela,
atendendo a um apelo íntimo para explorá-la.

O novo caminho, aonde levaria?
Não tinha a menor idéia,
tinha apenas um novo rumo.
Ali tudo era cor, cheiro e sabor,
diferente da apatia do caminho anterior
- um convite a seguir em frente.
Nem sempre podia prever o que viria adiante
e este desafio dava sentido a cada passo seu.
Sentia-se vivo, desperto e atento.
Gostava de conviver
com os imprevistos e as surpresas
do novo caminho.

Assim prosseguiu,
fazendo outras e novas escolhas,
entre os caminhos que se delineavam.
Sentia-se jovem e apaixonado pela vida.
Continuaria mesmo sem a certeza
sobre onde chegaria.
Compreendeu, finalmente,
que mais importante do que saber onde chegar
é sentir-se bem com o seu jeito de caminhar. "


Ouvindo "A Estrada" Cidade Negra:



domingo, 19 de outubro de 2008

Máscaras

"Cada vez que ponho uma máscara para esconder minha realidade,
fingindo ser o que não sou, fingindo não ser o que sou,
faço-o para atrair o outro e logo descubro
que só atraio a outros mascarados
distanciando-me dos outros devido a um estorvo: a máscara


Faço-o para evitar que os outros vejam minhas debilidades
e logo descubro que,
ao não verem minha humanidade,
os outros não podem me querer pelo que sou,
senão pela máscara.


Faço-o para preservar minhas amizades
e logo descubro que quando perco um amigo por ter sido autêntico,
realmente não era meu amigo,
e, sim, da máscara.


Faço-o para evitar ofender alguém e ser diplomático
e logo descubro que aquilo que mais ofende às pessoas,
das quais quero ser mais íntimo, é a máscara.


Faço-o convencido de que é o melhor que posso fazer para ser amado
e logo descubro o triste paradoxo:
o que mais desejo obter com minhas máscaras
é, precisamente, o que não consigo com elas"


Gilbert Brenson Lazan





quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Aprendi com meu pai


Há algum tempo atrás assisti a um filme que muito me emocionou, "A vida é bela ", de Roberto Benigni, que se passa na Itália dos anos 30.
Os lugares onde foram feitas as filmagens são lindos. Mas bonita,  simples e verdadeira  é a relação do pai Guido com seu filho Giosué.
O enredo é comovente, transmitindo sensibilidade e pureza. 

Guido sempre mostra ao seu filho o lado bom da vida, apesar de estar sempre ameaçado pelas atrocidades da guerra.



Os passeios tão divertidos de bicicleta de Guido e seu filho Giosué me lembraram do meu trajeto para a escola, percorridos na garupa da bicicleta do meu pai. Graças ao seu preparo físico de atleta,  pude experimentar momentos inesquecíveis da minha vida, vividos a caminho da escola. Tudo era festa. 
Na semana passada conversava com uma amiga sobre coisas boas de nossa infância e ela também falava com emoção do pai e dos passeios de bicicleta.

Boas memórias, boas lembranças, do meu pai, um homem simples, inteiramente dedicado à família e muito amoroso e caridoso com todos com os quais convive.  

Como é bom ter registrado no histórico da minha vida e nas lembranças de minha infância os passeios de bicicleta com meu pai. 

Assim como Giosué, eu também aprendi, porque meu pai me ensinou, que a vida é bela!

"Aproveite bem as pequenas coisas; algum dia você vai saber que elas eram grandes."

Meu pai gosta muito de ouvir a música, do link abaixo:





segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Lembranças da infância II



Depende de nós
(Ivan Lins/Victor Martins)

http://www.youtube.com/watch?gl=BR&v=alv1f6wZEr0&hl=pt&feature=related

Depende de nós

Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor

Depende de nós
Que o circo esteja armado
Que o palhaço esteja engraçado
Que o riso esteja no ar
Sem que a gente precise sonhar
Que os ventos cantem nos galhos
Que as folhas bebam orvalhos
Que o sol descortine mais as manhãs

Depende de nós
Se este mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito

Se a vida sobreviverá

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Lembranças da infância

 "Estou só e não resisto, muito tenho pra falar"


Minha família mineira sempre gostou de festas e reuniões de amigos.
Comemoravamos aniversários, dia dos pais, dia das mães, formatura e quando não havia nenhuma data especial meus pais logo davam um jeito de reunir amigos.
Faziam tudo no jeito mineiro simples e sem ostentação.
Meu pai tinha muitos amigos músicos e na época o costume era fazer serenata, principalmente nas noites de lua cheia.
Eles possuiam um vasto repertório musical.
Os músicos, Herberto, Humberto, meu pai, Dirceu, tocavam e cantavam músicas muito românticas: Carinhoso, Perfidia, El dia em que me quieras e outros boleros. Meu pai conta muitos casos dessa época e minha mãe fica brava de ciúme quando falam das moças sedutoras que faziam charme pros músicos.
Alguns casos são engraçados, como o caso do cachorro bravo na casa da Rosa, hoje esposa de Humberto.
Meu pai diz que quando faziam serenata e o cachorro ficava bravo, eles tocavam Carinhoso e o cachorro adormecia...imaginem...


Nas reuniões haviam sempre muitos violões, vozes, cantos e poesias e Célia Santana declamava suas trovas e poemas.
(Célia Santana é uma grande trovadora de nossa cidade e ganhou vários prêmios).
Me lembro também dos meus pais cantando no coral da igreja de Sant'ana .
Eu ia com eles a missa de domingo, era criança bem pequena e ficava maravilhada com as vozes daquele coral.
O regente era João Lucas, grande amigo do meu pai.
A música que ficou na minha lembrança foi: "Eu vos dou um novo mandamento...que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.."
Esses versos nas vozes do coral eram de arrepiar de emoção.
Aquele coral era lindo, ficava no mezanino da igreja e inundava a missa de domingo com cânticos maravilhosos.
Os sinos da igreja tocavam e até hoje esses sons me remetem à minha infância.
Aqui em Brasília vou algumas vezes assistir a missa de domingo na Ermida Dom Bosco.
Lá os monges também tocam os sinos do mosteiro no horário da missa.
Chego a ficar emocionada me lembrando das missas dominicais com minha família lá em Minas.

Bastou ouvir hoje uma música de Milton Nascimento - Travessia - para acessar todas essas memórias.
Essa música foi cantada muitas vezes na cozinha de minha casa, alguns violões e voz de um amigo de meu pai, Marcelo Martins.
Participavam dos encontros musicais lá em casa Marcelo e Cotinha, Dirceu e Maura, Celso e Célia, Enda e Márcio, tantos casais queridos, presentes e amigos até hoje.
Minha família é muito ligada em música e dá prá entender o porquê. Respiravamos música.
Meu primeiro presente de Natal quando meu pai comprou um toca discos, foi um LP dos Carpenters - Only yesterday. Que emoção!!!
Minha irmã Silvana aprendeu violão clássico com o professor Mário Alves,
Fernanda, minha filha estudou piano com Profa. Sonia Labate, meu sobrinho Vinicius
é exemplar no teclado e eu arranhei algumas valsinhas no piano sem muito talento e tempo.
Como é bom olhar prá trás e lembrar de tantos bons momentos.

Quem não conhece e também prá quem quer ouvir Travessia - Milton Nascimento -

https://youtu.be/kDe3qOhrJLo?si=AHIoRHL6Ropmvnar



"Já não sonho
Hoje faço com meu braço o meu viver"

Travessia
(Milton Nascimento)


Quando você foi embora
Fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito,
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha,
E nem é meu este lugar
Estou só e não resisto,
Muito tenho prá falar

Solto a voz nas estradas,
Já não quero parar
Meu caminho é de pedras,
Como posso sonhar
Sonho feito de brisa,
Vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto,
Vou querer me matar

Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der não vou sofrer

Já não sonho, hoje faço
Com meu braço o meu viver

Solto a voz nas estradas,
Já não quero parar
Meu caminho é de pedras,
Como posso sonhar
Sonho feito de brisa,
Vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto,
Vou querer me matar

Vou seguindo pela vida
Me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte,
Tenho muito que viver
Vou querer amar de novo
E se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço
Com meu braço o meu viver

 

Poemas para crescer



Não é você que possui...
(Geraldo Eustáquio de Souza)

Não trate a vida assim, de modo tão indiferente,
como se nem a visse e nem se importasse com ela
correndo para conquistar coisas que considera
muito mais necessárias e urgentes

A vida tolera tudo, menos ser desprezada.

Se é uma esposa generosa,
capaz de sacrifícios extremos pelo seu amado,
é também uma amante muito exigente
que precisa ser cortejada
e deseja ser satisfeita nos seus mínimos caprichos
porque emperra completamente se lhe negam carinho e atenção.

A vida odeia ser iludida.
Não tente enganá-la
adiando seus desejos para épocas ‘‘mais propícias’’,
quando você tiver mais recursos e menos compromissos...

Pare tudo que estiver fazendo agora
só para ganhar dinheiro, ser um sucesso,
ter mais conhecimentos, conquistar o poder.
e vá correndo atirar-se nos braços da Vida.

Entregue-se a ela inteiramente,
renda-se às suas imposições e exigências,
diga-lhe o quanto você a ama e precisa dela,
mais do que a tudo neste mundo.

Pergunte-lhe o que ela espera de você,
ouça atentamente seus pedidos, sem atropelá-la
com as justificativas e ponderações de sempre,
de que não fica bem, de que pega mal, de que não é hora...

Não hesite nem se envergonhe de realizar
todas as suas pequenas e loucas fantasias
que você até hoje lhe negou e por isso sofre.

Só não lhe faça promessas vazias mais uma vez:
- pode ser que a Vida não resista a uma nova traição sua...
Pode ser a última chance desse seu romance dar certo.
Outro fracasso será talvez o rompimento definitivo da sua relação.

Pior pra você, que tem tudo a perder,
pois ao contrário do que você acredita,
Não é você que possui a vida: - é ela que possui você....

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cânticos

" Tu tens um medo:
Acabar
Não vês que acabas todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.


E então serás eterno.

(Cânticos - Cecília Meireles)

domingo, 5 de outubro de 2008

Declaração do Amante Anarquista

"Porque eu te amo, tu não precisas de mim.
Porque tu me amas, eu não preciso de ti.
No amor, jamais nos deixamos completar.
Somos, um para o outro, deliciosamente desnecessários."

(do livro Ame e dê Vexame, Roberto Freire)

"Não há nada mais incômodo, desagradável e perturbador para uma sociedade
autoritária e sob a ideologia do sacrifício, do que um homem alegre.
A alegria é uma agressão e ofende porque provoca inveja e rompe pactos de
de mediocridade.
O homem saudável é revolucionário e alegre."
(Roberto Freire)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

É...Saudades de Gonzaguinha





É...hoje fiquei com saudade do poeta Gonzaguinha. Grande músico, compositor. Escolheu Belo Horizonte (Minas Gerais) para viver. Lá passou seus últimos dias. Morreu num trágico acidente em abril de 1991 a 420 km de Curitiba, onde faria um show .
Para conhecer sua obra, sua biografia acesse:
http://www.gonzaguinha.com.br/

"É somente através do trabalho da comunidade que nós vamos conseguir realizar alguma coisa,
somente o trabalho conjunto e o respeito ao trabalho que vai nos levar aquilo que nós queremos.
Uma melhor qualidade de vida. E nós queremos o melhor. É ou não é?"(Show em Exu em 1989)

Publico hoje uma das ínumeras músicas dele que adoooro!! São tantas: sambas, boleros ...

É
Gonzaguinha
Álbum Corações Marginais lançado em 1988
(a música pode ser acessada no site através desse álbum. Um samba lindíssimo)

http://www.youtube.com/watch?v=nNgN32jSrCE&feature=related

É
A gente quer valer o nosso amor
A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor
A gente quer do bom e do melhor
A gente quer carinho e atenção
A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer!
A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade
A gente quer viver felicidade!
É
A gente não tem cara de panaca
A gente não tem jeito de babaca
A gente não está com a bunda exposta na janela
Prá passar a mão nela
É
A gente quer viver pleno direito
A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação
A gente quer é ser um cidadão...
É...É...É...
É...É...É...

domingo, 28 de setembro de 2008

Tête-à-Tête



"Entre nós, trata-se de um amor necessário: convém que conheçamos também amores contingentes."

Simone de Beauvoir e Jean-Paul Sartre -  Tête-à-Tête
Hazel Rowley - Editora objetiva
"Que nada nos defina. Que nada nos sujeite. Que a liberdade seja a nossa própria substância."
Simone de Beauvoir
Emocionante acompanhar nas páginas desse livro a história e os relatos sobre o relacionamento de um dos casais mais lendários e famosos da história. A morte os separou após 50 anos de uma relação nada ortodoxa. Eram brilhantes, corajosos e profundamente inovadores.

"Não nascemos covardes ou preguiçosos: escolhemos ser essas coisas. O homem é responsável pelo que é...O homem está condenado à liberdade" (Jean-Paul Sartre)

"A liberdade exige coragem moral. As mulheres podem obter vantagens bajulando os homens, vivendo através deles, sendo sustentadas por eles. É um caminho fácil: nele se evita a tensão envolvida em assumir uma autêntica existência"
"Viver é envelhecer, nada mais."
"É pelo trabalho que a mulher vem diminuindo a distância que a separava do homem, somente o trabalho poderá garantir-lhe uma independência concreta."

Simone de Beauvoir


sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sorria, a vida é de graça




O poema é do escritor e consultor mineiro Geraldo Eustáquio de Souza.
Quem quiser conhecer suas poesias, textos e poemas, pode acessar www.paracrescer.com.br



Sorria, a vida é de graça
(Geraldo Eustáquio de Souza)

Então você vai querer passar a vida toda
trancado nesse corpo duro,
com essa cara amarrada
e esse ar de que está muito acima
do comum dos mortais,
tentando fazer os outros acreditarem
que está sempre muito ocupado,
que o seu trabalho é importantíssimo,
que não tem nenhum tempo a perder
com coisas banais como viver?

Até quando você vai fingir que não tem
necessidades humanas básicas
como carinho, sexo, amizade, prazer?
Até quando preencherá suas carências
buscando mais dinheiro, sucesso e poder,
como se essas coisas pudessem aliviar
seu indescritível medo de morrer?

É por causa desse medo
que você se esforça tanto
para ser admirado
pelos mesmos outros
que tanto despreza,
como se o aplauso deles
pudesse adiar para sempre a morte certa
e dar um sentido à vida mais sem sentido
que você tem levado
- ou melhor, que você tem sofrido -
em silêncio,
triste,
ressentido e amargurado,
cheio de dores no corpo e na alma,
cheio de desejos sufocados,
de conceitos equivocados,
de padrões de comportamento
completamente fora da realidade

Para que você faz isso com você?
Que crime você cometeu
para se punir tanto,
ao ponto de não se permitir brincar,
de não ser mais capaz de sorrir,
de ter vergonha de se enfeitar,
e sair por aí,
aprontando todas,
lindo, leve, livre e solto
como a Natureza o criou
Será que alguma coisa palpável
nessa vida tão passageira
pode justificar tanto sacrifício interior?

Sinto lhe dizer
que você tem lutado
por meras ilusões,
idéias vagas e irrealistas
de como alguém DEVERIA ser,
tentando desesperadamente se fazer igual
aos ultrapassados modelos que lhe deram,
abrindo mão, talvez sem perceber,
do único modelo que você deve seguir:
- VOCÊ MESMO