terça-feira, 16 de outubro de 2012

Batom vermelho

Hoje passei meu batom vermelho especialmente para subir no pé de jabuticaba, degustar um belo poema que tem sido minha inspiração (o poema O Tempo que Foge - de Ricardo Gondim)  e a música Velha e Louca - de Malu Magalhães, os quais publico abaixo. 



Tempo que foge!
Ricardo Gondim
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.
Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: – Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.
Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.
Soli Deo Gloria.







domingo, 14 de outubro de 2012

Seja você mesmo


(Música Envelhecer - Arnaldo Antunes)

Sou fã de Arnaldo Antunes. Recentemente ele esteve aqui em BSB para fazer o show após o lançamento do DVD acústico. Indescritível a beleza do espetáculo. 
A apresentação, repertório escolhido, tudo impecável, como também a elegância dos músicos. 
Depois do sucesso do DVD "Lá em casa", Arnaldo Antunes se superou e fez um trabalho melhor ainda. 
Vale a pena conferir as faixas: Pop Zen, socorro, Envelhecer (imperdível) e todo o DVD.  Muito bom. 

Vou publicar um poema de Alice Ruiz musicado por ele, com o link da música, abaixo.  


Socorro 
Letra: Alice Ruiz

socorro, eu não estou sentindo nada.
nem medo, nem calor, nem fogo,
não vai dar mais pra chorar
nem pra rir.

socorro, alguma alma, mesmo que penada,
me empreste suas penas.
já não sinto amor nem dor,
já não sinto nada.

socorro, alguém me dê um coração,
que esse já não bate nem apanha.
por favor, uma emoção pequena,
qualquer coisa que se sinta,
tem tantos sentimentos,
deve ter algum que sirva.

socorro, alguma rua que me dê sentido,
em qualquer cruzamento,
acostamento, encruzilhada,
socorro, eu já não sinto nada.



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Eu vou cuidar do meu jardim


Para olharmos de frente para nossas limitações, nossas fraquezas e nossos medos é preciso nos despirmos das máscaras. Perder o medo de se expressar, de falar dos sentimentos e até de admitir nossos "medinhos e medões" faz a gente se tornar mais humano e só assim podemos ver o outro com os olhos da alma. 

Cuidemos do jardim.


Os Cegos Do Castelo
Nando Reis

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos
Que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
Pro que eu sou...

Eu não quero mais dormir
De olhos abertos
Me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver
Venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou...

E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Do seu jardim...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim...

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos
Que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
E pro que eu sou
Oh! Oh! Oh! Oh!...

E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Do seu jardim...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim
Oh! De mim!
E você e de mim
E de você e de mim...


terça-feira, 2 de outubro de 2012

É proibido


É proibido
( autor desconhecido) 


É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer

Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos.

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam.

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino.

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar.

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida.

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade.

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.






sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ócio e doce deleite


Saber se entregar ao ócio é uma arte. Diminuir a velocidade. Degustar o momento. Escutar o corpo, gingar no ritmo de uma música suave, sentir o vento refrescando a face, viver plenamente o deleite da paz e da serenidade.

Adélia Prado traz o verso e eu acrescento um ritmo gostoso de uma música que me fez fechar os olhos e  dançar, escutando meu corpo e aceitando meu ritmo. 

"Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida

foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes. "
Adélia Prado





Te convido a ouvir a música abaixo e criar sua dança.  Puro ócio e doce deleite:





terça-feira, 14 de agosto de 2012

Somebody to Love


Inspiração veio de repente, depois de ler algumas postagens e enquanto escuto Queen. Deixo aqui um texto para começar o dia com energia e inquietação. 


 Amor e perseguição

“As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas”. Norman Mailer. Copiem. Decorem. Aprendam.

Temos a mania de achar que amor é algo que se busca. Buscamos o amor em bares, buscamos o amor na internet, buscamos o amor na parada de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas platéias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir o seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade.

Amor não é medicamento. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproximará,e, caso o faça vai frustrar suas expectativas, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza,ele não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: “Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu”. Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas.

“As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas”. Normal Mailer. Divulguem. Repitam. Convençam-se.

O amor, ao contrário do que se pensa, não tem que vir antes de tudo: antes de estabilizar a carreira profissional, antes de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir do seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir diante de você sem máscaras e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar. 

Para quem acha que isso é chantagem, arrisco sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável e não é tarefa tão complicada. Felizes aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa. 
Martha Medeiros

Somebody to Love - Queen:


sexta-feira, 27 de julho de 2012

Saber e desaprender






Eu me acostumei a muita coisa que hoje não faz mais sentido na minha vida e busco com um novo olhar tudo que me aproxima da minha alma. É uma escolha que requer  escuta, disciplina, atenção amorosa, apuração dos sentidos. Para chegar até aqui, foi preciso embarcar em algumas canoas furadas. A sede de viver plenamente foi mais forte e me trouxe ao caminho de volta para minha essência. A busca não termina, mas o caminho traz muita alegria. 


Eu sei, mas não devia
Marina Colasanti

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia.

A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora. E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.

A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.

A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. 

A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.

A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.

A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.

A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.

A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.



Não quero faca, nem queijo. Quero a fome. Adélia Prado

terça-feira, 24 de julho de 2012

SER FELIZ OU INFELIZ ?



Um senhor estava completando cem anos de idade e perguntaram-lhe, no dia do aniversário, como ele conseguia estar sempre feliz? Ele respondeu: toda manhã, quando levanto, posso escolher se serei feliz ou infeliz e eu escolho ser feliz.

Por que continuamos escolhendo a infelicidade? 

Porque nunca estamos conscientes de que somos nós que fazemos essa escolha? Esse é um problema humano que tem que ser profundamente analisado. Não é uma questão teórica; esse problema diz respeito a todos nós. 

É assim que quase todo mundo está agindo: sempre escolhendo o errado. Sempre escolhendo a tristeza, a depressão, o mal estar, a miséria. 

Deve haver razões profundas para isso - e há! 

A primeira coisa a ser considerada é o modo como os seres humanos são criados. 

Desde o nascimento, uma criança perceptiva começa a sentir que, se ela está infeliz, ela provoca simpatia, ela provoca compaixão, todo mundo tenta ser amável, enfim, ela ganha amor. E até mais do que isso: se ela está mal, com algum tipo de sofrimento, ela ganha atenção de todo mundo. 

E a atenção funciona como um alimento para o ego. É com a atenção que nós ganhamos energia e nós sentimos que somos alguém. Se todos nos olham, nós nos tornamos importantes. O ego existe no relacionamento. 

Desde o nascimento, a criança aprende: pareça miserável e assim obterá simpatia; pareça doente e você merecerá atenção, ou seja, você se tornará importante.

Quando a criança está feliz, ninguém a ouve. 

Quando está saudável, ninguém se importa com ela. 

Quando está bem, ninguém lhe dá atenção. 

Por que haveriam de se importar com ela? Tudo vai bem. 

Ao contrário, se ela estiver saudável e começar a agitar, a se expressar, é bem provável que logo receba uma repreensão. 

Assim, desde o nascimento, aprenderá a escolher o errado, ou seja, escolher a tristeza, o pessimismo, o lado mais escuro da vida. 

Outro fato relacionado a este é que sempre que nós estamos felizes, sempre que estamos alegres, todo mundo nos inveja. 

Assim, nós aprendemos a não ficar felizes, a não demonstrar nossa felicidade, a não rir. Quando as pessoas riem, em geral, elas não dão gargalhadas; elas riem até um certo ponto: até o ponto em que não serão levadas a mal, até o ponto em que não provoquem inveja. 

Nesta sociedade, se alguém estiver dançando, em êxtase, no meio da rua, no trabalho, todos jurarão que é um louco. 

Se alguém se sentir mal, tímido, inseguro, bloqueado, então tudo está bem, ele está mais ou menos ajustado, mais ou menos igual a todo mundo, porque a sociedade é assim mesmo: mais ou menos miserável. 

Mas o velho de cem anos tinha razão. Na verdade, pela manhã, todo mundo pode escolher. E não apenas ao amanhecer, a todo o momento podemos fazer uma escolha entre sermos felizes ou infelizes. E estamos habituados a escolher a infelicidade. 

A sociedade fez uma grande obra. A educação, a cultura e os agentes culturais - pais, professores, etc. - transformaram criaturas alegres em criaturas infelizes. Toda criança nasce como um leão, toda criança é um ser divino ao nascer, mas acaba morrendo como como um louco, morre como uma ovelha medrosa. 

Esta é a chave: a escolha existe, mas você se tornou inconsciente dela. Escolheu o errado tão continuamente que fez disso um hábito e passou a escolher automaticamente. 

Abra os olhos: você está escolhendo a todo o momento. Lembre-se: a escolha é sua. Essa conscientização o ajudará. E será mais fácil caminhar para a felicidade. 

Lembre-se: A escolha é sua. Não reclame, este drama é seu, ninguém mais é responsável,  só você.

(Extraído do livro "Meu caminho, o caminho das nuvens brancas", autor Osho Rajneesh) 


sexta-feira, 20 de julho de 2012

A fábula da convivência




A fábula da convivência

Durante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio e morreram indefesos, por não se adaptarem as condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais.
Assim, cada um poderia sentir o calor do corpo do outro e todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, daqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.
E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos.
Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus  semelhantes.
Doíam muito...
Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados.
Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precaução, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínimas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.
Assim conviveram, resistindo à longa era glacial.
Sobreviveram.

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Se você conseguiu ler até aqui, deixo uma pergunta para reflexão: nos conectamos e ampliamos nossa rede de amigos virtuais por estarmos desaprendendo a conviver ?




sábado, 7 de abril de 2012

O Deus que conhece Apenas Três palavras

"O conflito é a gênese da criação. Portanto, encare a adversidade, agarre-a, abrace-a, dance com ela".  Aimee Mullins




O Deus que conhece Apenas Três Palavras
Chama al-Din Muhammad Hafiz 


"Toda criança conhece Deus, não o Deus dos nomes, não o Deus dos nãos, mas o Deus que conhece apenas três palavras e continua repetindo-as, dizendo: venham dançar comigo."