terça-feira, 29 de maio de 2018

Eu, comigo.

( No trem pra Viena, saindo de Innsbruck, passando por Salzburgo - fevereiro/2018)

"Chegou ao meio da vida e sentou-se para tomar um pouco de ar.

Não sabia explicar.

Não era cansaço, nem estava perdida. Notou-se inteira pela primeira vez em todos esses anos.

Parou ali, entre os dois lados da estrada e ficou observando as margens da sua história, a estrada da vida ficando fininha, calando-se de tão longe que ia.

Estava em paz observando a menina que foi graciosa, cheia de vida.

Estava olhando para si mesma e nem notou.

Ali, naquele instante estava recebendo um presente.

Desembrulhava silenciosamente a sabedoria que tanto pediu para ter mais.

Quando a mulher chega à metade da estrada da vida, começa lentamente a ralentar o passo.

Já notou como tem gente que adora conturbar a própria rotina, alimentar o próprio caos? Ela não.
Não mais.

Deixa que passem, deixa que corram, a vida é curta demais para acelerar qualquer coisa.

Ela quer sentir tudo com as pontas dos dedos, ela quer notar o que não viu da primeira vez. Senhora do seu próprio tempo.

Percebeu, à metade da vida, que caminhou com elegância, que viveu com verdade, que guiou a própria sombra na estrada em direção ao amor.

E como amou! Amor por si, pelos outros, amou em dobro, amou sozinha, amou amar.

A mulher ao centro da vida traz a leveza que os anos teceram, pacientemente.

Escuta bem mais, coloca a doçura à frente das palavras, guarda as pessoas com preciosismo.

Aquela mulher já perdeu pessoas demais.

Ao meio da estrada, ela já não dorme tanto, mas sonha bem mais.

Sonha pelo simples exercício de sonhar.

Sonha porque notou que é o sonho que tempera a vida.

Aprendeu a parar de ficar encarando as linhas do corpo.

Seu espírito teso, seu riso aberto, sua fé gigante não têm rugas, nem celulite, sem encanação.

Descobriu que o segredo é prestar atenção no melhor das coisas, nas qualidades das pessoas, nas belas costas que tem e deixá-las ao alcance da vista dos outros.

Sentada ali, ao centro da própria vida, decidiu seguir um pouco mais.

Há mais estrada para caminhar, mais certezas para perder, mais paixão para trilhar.

Não há dádiva maior do que compreender-se, que encontrar conforto para morar em si mesmo, que perdoar-se de dentro pra fora. Ao centro da vida ela descobriu que a gente não se acaba, a gente vai mesmo é se cabendo, a cada ano um pouco mais."

- Diego Engenho Novo




sábado, 24 de janeiro de 2015

O Poema Sou Eu

Na minha conversa com as palavras, busquei, nas minhas reflexões, escritores que trouxeram, com beleza e sabedoria, a inquietação do ser humano a respeito do tempo x idade.

A imortalidade, nos versos de Milan Kundera:

"Existe uma parte de todos nós que vive fora do tempo. Talvez só tomemos consciência da nossa idade em momentos excepcionais, na maioria do tempo, não temos idade."
 

E então, coloquei minha dança em versos.
O Poema Sou Eu
Edméa Oliveira



                                 (Imagem editada pela querida amiga Karla Valverde)


O poema sou eu


Nunca dou importância e não tenho curiosidade em saber a idade das pessoas.
Talvez seja porque se me perguntarem a minha idade, eu não saberei dizer. 
Meu corpo de bebê foi fecundado e trazido ao mundo por meus pais e desde então, cresci.

Mas, hoje, quando me vejo, não sei dizer quantos anos eu realmente possuo.

Perdi a conta de quantas vezes eu morri e quantas vezes eu renasci.
Já me reinventei, já enterrei vivos tantos pedaços de mim, já ressuscitei também tantos outros...


E então, depois de tanta ânsia em me recriar, eu fiquei assim - um mosaico de vidas e mortes - vibrando intensamente a vida que teima e pulsa em mim.

Sei que um poema nasceu e o poema sou eu. 

Autor: Edméa Oliveira


                                                       
Beatles - In My Life. 



https://www.youtube.com/watch?v=-eCh3y5VROM

domingo, 18 de janeiro de 2015

Feliz Ânimo Novo!

Feliz Ânimo Novo!


Ano Novo,  ânimo novo. 
E parece que todo ano é tudo igual e que no final vai ser sempre assim. 
O ano termina e quando começa de novo, tudo vai ser diferente.
Eu tenho essa crença. E acredito, de verdade.
Estamos diferentes, a cada dia, a cada ano que passa.
E tudo isso é motivo para termos novos ânimos nos novos anos.
Em 2014 não publiquei nada de novo. Recomeço em 2015.
Precisou ser assim. 
Novidades e motivos eu tive, muitos.
Mas, vamos em frente.
Novas descobertas, novos lugares, novas promessas , novas escolhas.
Tudo é recomeço!

Que a luz nos traga discernimento e ilumine os novos caminhos.

Brindemos a vida.

                     (Degustando um chá especial, no Naschmarkt, em Viena - Maio.2014) 

E também, uma canção para embalar um recomeço bem iluminado.


sexta-feira, 19 de julho de 2013

Vem ver o mar

( Fotografei Estoril - Portugal -  Maio de 2013 )

Mar Português 

Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.

Fernando Pessoa

No link abaixo, a música Vem Ver ( o mar, ai como é bom...) Tamy



( O mar parece um grande caldeirão de sopa - Mafalda ) 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Bagagem




O filósofo Michel Onfray divide toda viagem em três tempos.
O tempo ascendente do desejo e dos preparativos da viagem, o tempo excitante da descoberta do novo e do desconhecido e o tempo descendente do retorno ao lar.
A viagem não existiria sem o retorno às raízes e ao lugar seguro. A pessoa sem endereço fixo não é viajante, e sim errante. Nós precisamos ter um ponto fixo para, de tempos em tempos, nos tornarmos viajantes. Somos viajantes porque sabemos que temos nesta terra um lugar onde retornar com as malas e as lembranças.
Após a viagem e seu movimento frenético, após o uso máximo das nossas capacidades físicas, intelectuais e emotivas, precisamos do retorno e do repouso para recuperararmos as forças e energias gastas.
Precisamos reencontrar nossa cama, nossos livros, papéis e canetas, nosso cotidiano ritmado e organizado. Após os sobressaltos, alegrias e surpresas do percurso, nossa casa se torna um desejo manifesto.
Mas quando voltamos, já não somos os mesmos. Porque retornar significa voltar de algum lugar, com outro estado de espírito. O tempo excitante da viagem é substituído pelo tempo descendente da assimilação lenta de tudo que vimos, provamos, tocamos, sentimos.
No tempo descendente do retorno, durante o repouso do cansaço da viagem, amadurecemos a experiência . O que descobrimos sobre o estrangeiro? E o mais importante, o que descobrimos sobre nós mesmos?
Nesta hora organizamos nossas lembranças. Qual foi o melhor momento? Qual a pior lembrança? Quais as comparações entre os lugares percorridos e nosso quotidiano familiar? Quais nossas certezas e incertezas.


O retorno, para nós, é a garantia de que daqui a pouco partiremos de novo.
Onfray, Michel. Théorie du voyage. Poétique de la géographie, Le Livre de Poche







domingo, 3 de março de 2013

O poder transcendente da solidão

                                          (No sossego do Central Park - NY em maio de 2010)


Sempre gostei de recolhimento e confesso que muitas vezes a sensação de desajuste me acompanhou por longos períodos. Assistindo a palestra da escritora Susan Cain me identifiquei com algumas citações.


Publico algumas frases que trazem o assunto em questão: ser introvertido.



A escritora francesa Anais Nin escreveu:

"Our culture made a virtue of living only as extroverts. We discourage the inner journey, the quest for a center. So we lost our center and have to find it again.


Plantar é um ato solitário, colher é um ato a ser compartilhado.



Em uma cultura onde ser sociável e extrovertido é valorizado como nunca, pode ser difícil, até vergonhoso, ser introvertido. Mas, como Susan Cain argumenta nesta apaixonante palestra, introvertidos trazem ao mundo habilidades e talentos extraordinários e devem ser encorajados e reconhecidos.
O link da palestra:
http://www.ted.com/talks/susan_cain_the_power_of_introverts.html?utm_source=newsletter_weekly_2012-04-10&utm_campaign=newsletter_weekly&utm_medium=email


E para descontrair um pouco, a música Timidez - Biquini Cavadão


domingo, 10 de fevereiro de 2013

Experiências e sensações


(escolhi esta foto porque ela exprime harmonia, estética, zelo, ordem, organização, cuidado) 


TEORIA DAS JANELAS PARTIDAS

Em 1969, na Universidade de Stanford (EUA), o Prof. Phillip Zimbardo realizou uma experiência de psicologia social. Deixou duas viaturas abandonadas na via pública, duas viaturas idênticas, da mesma marca, modelo e até cor. Uma deixou em Bronx, na altura uma zona pobre e conflituosa de Nova York e a outra em Palo Alto, uma zona rica e tranquila da Califórnia. 
Duas viaturas idênticas abandonadas, dois bairros com populações muito diferentes e uma equipe de especialistas em psicologia social estudando as condutas das pessoas em cada local.


Resultou que a viatura abandonada em Bronx começou a ser vandalizada em poucas horas. Perdeu as rodas, o motor, os espelhos, o rádio, etc. Levaram tudo o que fosse aproveitável e aquilo que não puderam levar, destruíram. Contrariamente, a viatura abandonada em Palo Alto manteve-se intacta.



É comum atribuir à pobreza as causas de delito.

Atribuição em que coincidem as posições ideológicas mais conservadoras, (da direita e da esquerda). Contudo, a experiência em questão não terminou aí. Quando a viatura abandonada em Bronx já estava desfeita e a de Palo Alto estava há uma semana impecável, os investigadores partiram um vidro do automóvel de Palo Alto.


O resultado foi que se desencadeou o mesmo processo que o de Bronx, e o roubo, a violência e o vandalismo reduziram o veículo ao mesmo estado que o do bairro pobre. 

Por quê que o vidro partido na viatura abandonada num bairro supostamente seguro, é capaz de disparar todo um processo delituoso?
Não se trata de pobreza. Evidentemente é algo que tem que ver com a psicologia humana e com as relações sociais.


Um vidro partido numa viatura abandonada transmite uma ideia de deterioração, de desinteresse, de despreocupação que vai quebrar os códigos de convivência, como de ausência de lei, de normas, de regras, como o "vale tudo". Cada novo ataque que a viatura sofre reafirma e multiplica essa ideia, até que a escalada de atos cada vez piores, se torna incontrolável, desembocando numa violência irracional.



Em experiências posteriores (James Q. Wilson e George Kelling), desenvolveram a 'Teoria das Janelas Partidas', a mesma que de um ponto de vista criminalístico conclui que o delito é maior nas zonas onde o descuido, a sujeira, a desordem e o maltrato são maiores.

Se se parte um vidro de uma janela de um edifício e ninguém o repara, muito rapidamente estarão partidos todos os demais. Se uma comunidade exibe sinais de deterioração e isto parece não importar a ninguém, então ali se gerará o delito.


Se se cometem 'pequenas faltas' (estacionar em lugar proibido, exceder o limite de velocidade ou passar-se um semáforo vermelho) e as mesmas não são sancionadas, então começam as faltas maiores e logo delitos cada vez mais graves. Se se permitem atitudes violentas como algo normal no desenvolvimento das crianças, o padrão de desenvolvimento será de maior violência quando estas pessoas forem adultas.



Se os parques e outros espaços públicos deteriorados são progressivamente abandonados pela maioria das pessoas (que deixa de sair das suas casas por temor a criminalidade) , estes mesmos espaços abandonados pelas pessoas são progressivamente ocupados pelos delinquentes.



A Teoria das Janelas Partidas foi aplicada pela primeira vez em meados da década de 80 no metrô de Nova York, o qual se havia convertido no ponto mais perigoso da cidade. Começou-se por combater as pequenas transgressões: graffitis deteriorando o lugar, sujeira das estacões, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Os resultados foram evidentes. Começando pelo pequeno conseguiu-se fazer do metrô um lugar seguro.



Posteriormente, em 1994, Rudolph Giuliani, prefeito de Nova York, baseado na Teoria das Janelas Partidas e na experiência do metrô, impulsionou uma política de 'Tolerância Zero'.

A estratégia consistia em criar comunidades limpas e ordenadas, não permitindo transgressões à Lei e às normas de convivência urbana. O resultado prático foi uma enorme redução de todos os índices criminais da cidade de Nova York.


A expressão 'Tolerância Zero' soa a uma espécie de solução autoritária e repressiva, mas o seu conceito principal é muito mais a prevenção e promoção de condições sociais de segurança. Não se trata de linchar o delinquente, nem da prepotência da polícia, de fato, a respeito dos abusos de autoridade deve também aplicar-se a tolerância zero.



Não é tolerância zero em relação à pessoa que comete o delito, mas tolerância zero em relação ao próprio delito. Trata-se de criar comunidades limpas, ordenadas, respeitosas da lei e dos códigos básicos da convivência social humana.



Essa é uma teoria interessante e pode ser comprovada em nossa vida diária, seja

em nosso bairro, na vila ou condominio onde vivemos, não só em cidades grandes. 
(artigo publicado na página Fikadika Morumbi do facebook em 10.02.2013)


Podemos extrair várias interpretações da teoria que explica porque o ambiente externo provoca alterações em nosso comportamento. 

A convivência prolongada em ambientes sujos, desorganizados, sem manutenção e em desordem podem desencadear várias alterações no nosso sistema sensorial.
Lamentável é entender porque mendigos comem lixo, vivem em locais impróprios para seres humanos habitarem. A sujeira, a desordem, os odores interferem no comportamento porque estimulam a perda de acuidade estética, visual, olfativa, auditiva.


Busquemos o belo, a organização, o cumprimento das leis, a ética, a boa convivência. 



Para finalizar, Rosa Passos, elegância e estética na voz e repertório:

   



terça-feira, 16 de outubro de 2012

Batom vermelho

Hoje passei meu batom vermelho especialmente para subir no pé de jabuticaba, degustar um belo poema que tem sido minha inspiração (o poema O Tempo que Foge - de Ricardo Gondim)  e a música Velha e Louca - de Malu Magalhães, os quais publico abaixo. 



Tempo que foge!
Ricardo Gondim
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo. Não vou mais a workshops onde se ensina como converter milhões usando uma fórmula de poucos pontos. Não quero que me convidem para eventos de um fim-de-semana com a proposta de abalar o milênio.
Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos parlamentares e regimentos internos. Não gosto de assembléias ordinárias em que as organizações procuram se proteger e perpetuar através de infindáveis detalhes organizacionais.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos à limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário do coral.
Já não tenho tempo para debater vírgulas, detalhes gramaticais sutis, ou sobre as diferentes traduções da Bíblia. Não quero ficar explicando porque gosto da Nova Versão Internacional das Escrituras, só porque há um grupo que a considera herética. Minha resposta será curta e delicada: – Gosto, e ponto final! Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos”. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.
Já não tenho tempo para ficar dando explicação aos medianos se estou ou não perdendo a fé, porque admiro a poesia do Chico Buarque e do Vinicius de Moraes; a voz da Maria Bethânia; os livros de Machado de Assis, Thomas Mann, Ernest Hemingway e José Lins do Rego.
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita para a “última hora”; não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja andar humildemente com Deus. Caminhar perto dessas pessoas nunca será perda de tempo.
Soli Deo Gloria.







domingo, 14 de outubro de 2012

Seja você mesmo


(Música Envelhecer - Arnaldo Antunes)

Sou fã de Arnaldo Antunes. Recentemente ele esteve aqui em BSB para fazer o show após o lançamento do DVD acústico. Indescritível a beleza do espetáculo. 
A apresentação, repertório escolhido, tudo impecável, como também a elegância dos músicos. 
Depois do sucesso do DVD "Lá em casa", Arnaldo Antunes se superou e fez um trabalho melhor ainda. 
Vale a pena conferir as faixas: Pop Zen, socorro, Envelhecer (imperdível) e todo o DVD.  Muito bom. 

Vou publicar um poema de Alice Ruiz musicado por ele, com o link da música, abaixo.  


Socorro 
Letra: Alice Ruiz

socorro, eu não estou sentindo nada.
nem medo, nem calor, nem fogo,
não vai dar mais pra chorar
nem pra rir.

socorro, alguma alma, mesmo que penada,
me empreste suas penas.
já não sinto amor nem dor,
já não sinto nada.

socorro, alguém me dê um coração,
que esse já não bate nem apanha.
por favor, uma emoção pequena,
qualquer coisa que se sinta,
tem tantos sentimentos,
deve ter algum que sirva.

socorro, alguma rua que me dê sentido,
em qualquer cruzamento,
acostamento, encruzilhada,
socorro, eu já não sinto nada.



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Eu vou cuidar do meu jardim


Para olharmos de frente para nossas limitações, nossas fraquezas e nossos medos é preciso nos despirmos das máscaras. Perder o medo de se expressar, de falar dos sentimentos e até de admitir nossos "medinhos e medões" faz a gente se tornar mais humano e só assim podemos ver o outro com os olhos da alma. 

Cuidemos do jardim.


Os Cegos Do Castelo
Nando Reis

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos
Que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
Pro que eu sou...

Eu não quero mais dormir
De olhos abertos
Me esquenta o sol
Eu não espero que um revólver
Venha explodir
Na minha testa se anunciou
A pé a fé devagar
Foge o destino do azar
Que restou...

E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Do seu jardim...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim...

Eu não quero mais mentir
Usar espinhos
Que só causam dor
Eu não enxergo mais o inferno
Que me atraiu
Dos cegos do castelo
Me despeço e vou
A pé até encontrar
Um caminho, um lugar
E pro que eu sou
Oh! Oh! Oh! Oh!...

E se você puder me olhar
Se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah!
Do seu jardim...

Eu vou cuidar
Eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah!
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar
E de você e de mim
Oh! De mim!
E você e de mim
E de você e de mim...