quinta-feira, 16 de setembro de 2010

A beleza dos ipês


Minha amiga Akimi fotografou os ipês que florescem nessa época do ano aqui em Brasília e o Paulo Almeida fez uma matéria sobre esse encanto pré-primavera.
Ficamos assim, aguardando a chegada do ensurdecedor canto das cigarras e boas chuvas.
Vamos conferir?

http://www.tatodomundocomentando.com/2010/09/beleza-dos-ipes-encantam-os.html

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mineirice com poesia


Minas de Adélia Prado, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade...
Ler esses poetas é pegar o trem e atravessar as montanhas em busca de um horizonte. Horizonte perdido na poesia, na simplicidade, na mineirice. 

Selecionei algumas frases :


Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade. (Carlos Drummond de Andrade)

A minha vontade é forte, mas a minha disposição de obedecer-lhe é fraca. (Carlos Drummond de Andrade)

Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo.
(Carlos Drummond de Andrade)

O amor é grande e cabe nesta janela sobre o mar. O mar é grande e cabe na cama e no colchão de amar. O amor é grande e cabe no breve espaço de beijar.
(Carlos Drummond de Andrade)

"O sonho encheu a noite.
Extravasou pro meu dia
Encheu minha vida...
E é dele que eu vou viver.
Porque sonho não morre"
(Adélia Prado)

"Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é. A coisa mais fina do mundo é o sentimento" (Adélia Prado)

“Um trem-de-ferro é uma coisa mecânica, mas atravessa a noite, a madrugada, o dia, atravessou minha vida, virou só sentimento.”(Adélia Prado)


"Acho que o espírito da gente é cavalo que escolhe estrada: quando ruma para tristeza e morte, vai não vendo o que é bonito e bom". Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa)


Sertão é onde o pensamento da gente se forma mais forte do que o lugar. Viver é muito perigoso...(Guimarães Rosa)

O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem...(Guimarães Rosa)

Ah, acho que não queria mesmo nada, de tanto que eu queria só tudo. Uma coisa, a coisa, esta coisa: eu somente queria era - ficar sendo! (Guimarães Rosa)

Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. (Guimarães Rosa)

Felicidade se acha é em horinhas de descuido (Guimarães Rosa)


Selecionei algumas modas de viola de músicos mineiros que ouviamos muito lá em casa (publiquei em 2008 Lembranças de infância: (http://edmeaoliveira.blogspot.com/2008/10/lembranas-da-infncia.html) sobre as reuniões, serestas e violões na casa de meus pais.
Coloco também um vídeo da Adélia Prado e ela fala sobre o poder humanizador da poesia. 


Puro deleite!


Desenredo

Viola Enluarada





Vídeo - Adélia Prado:



...

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Be Stupid

 (Fotografei: vitrine da Diesel - 5ª Avenida - NY - Maio/2010)

O humor, a loucura e a estupidez são caminhos para uma vida saudável.






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Sorria, a vida é de graça
(Geraldo E. de Souza www.paracrescer.com.br)

Então você vai querer passar a vida toda
trancado nesse corpo duro,
com essa cara amarrada
e esse ar de que está muito acima
do comum dos mortais,
tentando fazer os outros acreditarem
que está sempre muito ocupado,
que o seu trabalho é importantíssimo,
que não tem nenhum tempo a perder
com coisas banais como viver?

Até quando você vai fingir que não tem
necessidades humanas básicas
como carinho, sexo, amizade, prazer?
Até quando preencherá suas carências
buscando mais dinheiro, sucesso e poder,
como se essas coisas pudessem aliviar
seu indescritível medo de morrer?

É por causa desse medo
que você se esforça tanto
para ser admirado
pelos mesmos outros
que tanto despreza,
como se o aplauso deles
pudesse adiar para sempre a morte certa
e dar um sentido à vida mais sem sentido
que você tem levado
- ou melhor, que você tem sofrido -
em silêncio,
triste,
ressentido e amargurado,
cheio de dores no corpo e na alma,
cheio de desejos sufocados,
de conceitos equivocados,
de padrões de comportamento
completamente fora da realidade

Para que você faz isso com você?
Que crime você cometeu
para se punir tanto,
ao ponto de não se permitir brincar,
de não ser mais capaz de sorrir,
de ter vergonha de se enfeitar,
e sair por aí,
aprontando todas,
lindo, leve, livre e solto
como a Natureza o criou

Será que alguma coisa palpável
nessa vida tão passageira
pode justificar tanto sacrifício interior?

Sinto lhe dizer
que você tem lutado
por meras ilusões,
idéias vagas e irrealistas
de como alguém DEVERIA ser,
tentando desesperadamente se fazer igual
aos ultrapassados modelos que lhe deram,
abrindo mão, talvez sem perceber,
do único modelo que você deve seguir:
- VOCÊ MESMO.


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Have you ever seen the rain?


A baixa umidade do ar que torna o clima extremamente seco aqui em Brasília chegou ao limite da minha tolerância. Fiquei pensando em algo que poderia fazer para mudar isso e não encontrei alternativa senão escrever sobre a água, invocar aos deuses e quem sabe, aprender a dançar a dança da chuva.

Das gotinhas na pia batismal à dispersão das cinzas em um rio, a água abençoa nossa vida.
Definindo vida como o intervalo entre a primeira inspiração e a última expiração, viver esse “GAP” torna-se mais prazeroso e saudável com ÁGUA.

Água traz serenidade, calma, acolhimento.

Água aduba a terra, abençoa o fruto.

Quando criança adorava colocar latinhas debaixo do telhado para ouvir com mais intensidade o barulho da chuva. Recordo com saudosismo alguns banhos de chuva e brincadeiras na enxurrada com meus irmãos.

Quem ainda não o fez, aconselho a experimentar.
É extremamente prazeroso tomar banho de chuva. Deixe cair a primeira pancada, depois vá pro meio da rua, da praça, seja onde for. Abra os braços, a boca e sinta o abraço e o gosto da chuva.

Parece maluquice, e pensando bem, acho que é mesmo.
Maluquice boa!

Tomar banho de chuva será meu propósito na primavera que começa.

Já escolhi também o tema desse momento prazeroso:
Vamos ouvir? Quem sabe esses sons mágicos trazem chuva pros lados de cá, mas sem exagero...

Credence Clearwater Revival – Have you ever seen the rain

Vanessa da Mata – Ai, Ai, Ai...

Tom Jobim – Água de Beber