sexta-feira, 20 de julho de 2012

A fábula da convivência




A fábula da convivência

Durante uma era glacial, muito remota, quando parte do globo terrestre esteve coberto por camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio e morreram indefesos, por não se adaptarem as condições do clima hostil.
Foi então que uma grande manada de porcos espinhos, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais.
Assim, cada um poderia sentir o calor do corpo do outro e todos juntos, bem unidos, agasalhavam-se mutuamente, aqueciam-se, enfrentando por mais tempo aquele inverno tenebroso.
Porém, vida ingrata, os espinhos de cada um começaram a ferir os companheiros mais próximos, daqueles que lhes forneciam mais calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.
E afastaram-se, feridos, magoados, sofridos.
Dispersaram-se, por não suportarem mais tempo os espinhos dos seus  semelhantes.
Doíam muito...
Mas, essa não foi a melhor solução: afastados, separados, logo começaram a morrer congelados.
Os que não morreram voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito, com precaução, de tal forma que, unidos, cada qual conservava uma certa distância do outro, mínimas o suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.
Assim conviveram, resistindo à longa era glacial.
Sobreviveram.

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Se você conseguiu ler até aqui, deixo uma pergunta para reflexão: nos conectamos e ampliamos nossa rede de amigos virtuais por estarmos desaprendendo a conviver ?




2 comentários:

Fátima Vilanova disse...

Não!!Para abrir a janela e aprender e apreender o conhecimento. O saber, a delicadeza. Para tentar novas ideias. O face dando uma "penerada" , encontramos pessoas que acrescentam poesia. É simples assim...

edmeaoliveira disse...

Você tem razão, Fátima. Que bom receber sua visita no meu blog. Bjks