terça-feira, 24 de julho de 2012

SER FELIZ OU INFELIZ ?



Um senhor estava completando cem anos de idade e perguntaram-lhe, no dia do aniversário, como ele conseguia estar sempre feliz? Ele respondeu: toda manhã, quando levanto, posso escolher se serei feliz ou infeliz e eu escolho ser feliz.

Por que continuamos escolhendo a infelicidade? 

Porque nunca estamos conscientes de que somos nós que fazemos essa escolha? Esse é um problema humano que tem que ser profundamente analisado. Não é uma questão teórica; esse problema diz respeito a todos nós. 

É assim que quase todo mundo está agindo: sempre escolhendo o errado. Sempre escolhendo a tristeza, a depressão, o mal estar, a miséria. 

Deve haver razões profundas para isso - e há! 

A primeira coisa a ser considerada é o modo como os seres humanos são criados. 

Desde o nascimento, uma criança perceptiva começa a sentir que, se ela está infeliz, ela provoca simpatia, ela provoca compaixão, todo mundo tenta ser amável, enfim, ela ganha amor. E até mais do que isso: se ela está mal, com algum tipo de sofrimento, ela ganha atenção de todo mundo. 

E a atenção funciona como um alimento para o ego. É com a atenção que nós ganhamos energia e nós sentimos que somos alguém. Se todos nos olham, nós nos tornamos importantes. O ego existe no relacionamento. 

Desde o nascimento, a criança aprende: pareça miserável e assim obterá simpatia; pareça doente e você merecerá atenção, ou seja, você se tornará importante.

Quando a criança está feliz, ninguém a ouve. 

Quando está saudável, ninguém se importa com ela. 

Quando está bem, ninguém lhe dá atenção. 

Por que haveriam de se importar com ela? Tudo vai bem. 

Ao contrário, se ela estiver saudável e começar a agitar, a se expressar, é bem provável que logo receba uma repreensão. 

Assim, desde o nascimento, aprenderá a escolher o errado, ou seja, escolher a tristeza, o pessimismo, o lado mais escuro da vida. 

Outro fato relacionado a este é que sempre que nós estamos felizes, sempre que estamos alegres, todo mundo nos inveja. 

Assim, nós aprendemos a não ficar felizes, a não demonstrar nossa felicidade, a não rir. Quando as pessoas riem, em geral, elas não dão gargalhadas; elas riem até um certo ponto: até o ponto em que não serão levadas a mal, até o ponto em que não provoquem inveja. 

Nesta sociedade, se alguém estiver dançando, em êxtase, no meio da rua, no trabalho, todos jurarão que é um louco. 

Se alguém se sentir mal, tímido, inseguro, bloqueado, então tudo está bem, ele está mais ou menos ajustado, mais ou menos igual a todo mundo, porque a sociedade é assim mesmo: mais ou menos miserável. 

Mas o velho de cem anos tinha razão. Na verdade, pela manhã, todo mundo pode escolher. E não apenas ao amanhecer, a todo o momento podemos fazer uma escolha entre sermos felizes ou infelizes. E estamos habituados a escolher a infelicidade. 

A sociedade fez uma grande obra. A educação, a cultura e os agentes culturais - pais, professores, etc. - transformaram criaturas alegres em criaturas infelizes. Toda criança nasce como um leão, toda criança é um ser divino ao nascer, mas acaba morrendo como como um louco, morre como uma ovelha medrosa. 

Esta é a chave: a escolha existe, mas você se tornou inconsciente dela. Escolheu o errado tão continuamente que fez disso um hábito e passou a escolher automaticamente. 

Abra os olhos: você está escolhendo a todo o momento. Lembre-se: a escolha é sua. Essa conscientização o ajudará. E será mais fácil caminhar para a felicidade. 

Lembre-se: A escolha é sua. Não reclame, este drama é seu, ninguém mais é responsável,  só você.

(Extraído do livro "Meu caminho, o caminho das nuvens brancas", autor Osho Rajneesh) 


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